
Menino que corre pelas ruelas perdidas das favelas da vida
surta ao surdo barulho dos ventos, dos fogos, dos festins
faz bagunça não como criança
joga não o jogo da bola, mas o jogo da vida
brinca, não com o carrinho
mas com sua vida
não sonha, porque
não dorme
aniquila com os sonhos dos pais
que perdidos pelas vielas de seus corações
tentam encontrar nos olhos do filho
a inocência perdida
Mundo cão, desigual e cruel
que dita a lei do mais fraco e encobre a sujeira dos mais fortes
deixando a mostra a dor e a desolação
de um mundo cão
Onde nossas crianças não se tornam idosos
morrem em tenra idade
brincando tão somente
de mocinho e ladrão
dor latente no peito da criança
que sangra, não a dor do amor
mas por uma bala perdida ou pelo
desassossego de um sem futuro
Lamento de amor, lamento do pai
grito da paz que lamenta o filho do mundo
que morre ensanguentado num capitalismo cruel
que segue deixando rastros de dores e desamores
Por favor me façam chorar
pois lágrimas não saem mais de meus olhos
a indignação é tamanha
quero ressurreição do amor e da paz perdida pelas esquinas da vida
Rosane Silveira
às 21:53 do dia 01/08/08
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