quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sou daquelas


Sou daquelas de molhar os sonhos
em pequenas gotas de perfume
e assim, pouco a pouco vou sorvendo
pequenos odores de sonhos na realidade
em que vivo e ai vou vivendo com a sensação
de que estive sonhando a vida inteira

Rosane Silveira

Silêncio e palavras


Silêncios e palavras

Acabaram as palavras, já não há o que dizer
Só o silêncio que insiste em gritar entre nós dois,
Gritos de socorro ecoam pelas paredes
De nossa casa, nosso quarto, nosso leito

Tudo acomodou, já não peço, não pedes
Nem brigamos pelo que queremos
Ficamos nós, os dois a sós
perdidos em muitos de nós

Que já pediram, que já brigaram
Que já gritaram por pedido de socorro
Uma tábua de salvação
Queria te pedir: segura minha mão

Mas que pena, me vejo indo de ti
Ficando entre nós apenas o silêncio
De quem não tem
Mais nada a dizer.

Rosane Silveira

Falou-me


Falou-me


Falou-me o amor ao ouvido
disse-me que sofrer é preciso
calar na alma a dor do desamor
e deixar-se um pouco inerte
na alma da vida
falou-me mansamente ao ouvido
o amor e sentenciou-me tal como
um algoz
ao sofrimento triste e voraz
falou-me...
calou-se e
perdeu-se no íntimo de mim
tal amor doído sentido
e perdido de mim
que foi escorrendo pela solidão
tardia e demasiada pra um só sentir.

Rosane Silveira