sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Menino que corre pelas ruelas perdidas das favelas da vida
surta ao surdo barulho dos ventos, dos fogos, dos festins
faz bagunça não como criança
joga não o jogo da bola, mas o jogo da vida

brinca, não com o carrinho
mas com sua vida
não sonha, porque
não dorme

aniquila com os sonhos dos pais
que perdidos pelas vielas de seus corações
tentam encontrar nos olhos do filho
a inocência perdida

Mundo cão, desigual e cruel
que dita a lei do mais fraco e encobre a sujeira dos mais fortes
deixando a mostra a dor e a desolação
de um mundo cão

Onde nossas crianças não se tornam idosos
morrem em tenra idade
brincando tão somente
de mocinho e ladrão

dor latente no peito da criança
que sangra, não a dor do amor
mas por uma bala perdida ou pelo
desassossego de um sem futuro

Lamento de amor, lamento do pai
grito da paz que lamenta o filho do mundo
que morre ensanguentado num capitalismo cruel
que segue deixando rastros de dores e desamores

Por favor me façam chorar
pois lágrimas não saem mais de meus olhos
a indignação é tamanha
quero ressurreição do amor e da paz perdida pelas esquinas da vida


Rosane Silveira

às 21:53 do dia 01/08/08

(proteja os direitos autorais)
Sensual - idade

Cravo as unhas nas bordas do mundo
sugo tudo até o sumo
vivo intensamente meus momentos
grito quando quero gritar
sorrio só quando sinto vontade
e minhas vontades tem que ser respeitadas

Vou até ao cume do mundo
se preciso for, vou ao fundo
mas me reergo novamente no final
afinal...

Minha idade é crítica, perigosa, devassa
sensualidade aflorada
inibição não tenho, mas sou seletista
só me faço acompanhar por quem escolho
assim vou levando minha vida...meus amores
até onde não sei... pra que saber...

Rosane Silveira / Ricardo G. Denudes