sábado, 27 de fevereiro de 2010
Apenas um fragmento
Não posso dizer-te o que ainda não sei...
tenho medo de proferir alguma palavra que lance no ar dúvidas ou deixe respostas que ainda não posso dar nem a mim mesma, por isso que temo pelo que escrevo tenho medo do que o que escrevo vá causar as pessoas.
Preciso às vezes parar de escrever um pouco pra por meu coração em repouso, deixar as amarguras da vida passar e o amor voltar aos poucos à minhas mãos e em meu coração. Tenho medo do que venha a escrever me coloque em xeque-mate com a vida e com meu próximo.
Mas mesmo com esse medo, sigo escrevendo mesmo assim, quem sabe eu não consiga enfim abalar meus alicerces e quebrar a pessoa que sou e construir outra melhor.
Rosane Silveira
O AMOR E A ESPERA
Hoje o amor se fez presente
ele quase sorriu pra mim
chegou na fresta da porta
quase entrou enfim
Falou-me baixinho do inevitável encontro
entre dois corações sofridos
disse-me que seria feliz
e que não haveria mais momentos doídos
Sentei-me então na soleira da porta
na esperança de que o amor esteja certo
ele veio rapidinho, plantou a esperança
e saiu em desarvorada pressa
Ao encontro da outra metade, minha quimera
pra falar-lhe ao ouvido com carinho
da minha atordoante espera
quisera que ele voltasse rapidinho
e trouxesse com ele meu destino
minha alegria enfim tão esperada
esse amor que vive em mim em desatino
enfim terá uma morada.
Rosane Silveira
Seduza-me
Seduza-me ao desfolhar no vento
teus pensamentos
deixando em linhas sóbrias ou não
os nossos momentos
Seduza-me com um poema pequeno
que fale do amor no momento
da noite passada
e do futuro incerto
seduza-se falando de amor no ouvido
em forma de poesia e vida
dizendo a mim o que nem você acredita
seduza-me mas venha por inteiro
deixe o poema no espelho
e pregue no armário um pedaço de papel
me dizendo do amor que tens e que me és fiel.
Rosane Silveira
(proteja os direitos autorais)
Lançando no Abismo
Há no ar
Um quê de solidão
Uma inexplicável ausência de mim
de ti
do mundo
Um quê de dor latente que corrói a alma
como o zinabre corrói o cobre
Julgo-me impotente diante da vida
carente, ausente e desprovida
de sentimentos nobres
tenho medo
dor
choro na alma
tenho sensações de abandono
de pressa
sentimentos misturados e conturbados
que me inibem e me levam ao abismo de mim
construindo muros altos quase intransponíveis
Faço meu forte, minha armadura, meu elmo
essa sou eu:
um precipício de mim
um abismo ambíguo e solitário
onde a solidão se alia a mim e me joga
no abismo do mundo.
Rosane Silveira
(proteja os direitos autorais)
O beijo que te dou
Faz-me um carinho meu amor
deixe em mim teu perfume
tua pele macia me embriaga
encosta tua mão
e deixe ela ficar
sinta a minha pele quente a envolver
delicie-se no prazer de me querer
envaidecida por teu amor
deixarei me levar
e me perderei em teu olhar
aquieta-te junto a mim
fique assim...
deixe o vento sussurrar palavras de amor
deixe o sol irradiar todo teu calor
e por fim
alimenta-te
do beijo que te dou.
Rosane Silveira
(proteja os direitos autorais)
Tomara
Tomara que um dia
eu consiga esquecer de ti
Como esqueci de mim
Tomara que um dia
minha alma possa chorar dores reais
Ao invés das imagináveis causadas por ti
Tomara que um dia
eu possa olhar pra trás e não ver nada
Além do que uma névoa de tristeza
pelo sentimento a ti dedicado
E não aproveitado
Tomara
Tomara que eu consiga tirar de mim
essa mágoa que está em meu coração
Que parece que minha alma vai transmutar
De dor e tristeza pelo abandono
tão sumariamente anunciado
Tomara
Tomara que tu te vais sem deixar marcas maiores
Pelo desamor
A não ser as marcas já deixadas de tristeza e lamento.
Tomara...
Rosane Silveira
Sentimentos
Quem poderia definir com precisão tal sentimento
que nasceu sem que esperássemos,
que veio como um furacão
deixando nossas vidas assim em desalinho...
quem poderia supor que seria mais forte que nós,
que desbravaríamos lugares
jamais estado ou imagino existir...
como poderíamos supor...
bem sabemos
nem eu, nem tu,
muito menos os outros...
ninguem poderia supor
mas aconteceu... e esse sentimento vibra em nós
e se torna parte de nós
latente como uma ferida aberta
ele queima e arde... pulsa
e nada podemos fazer...NADA
a não ser nos entregarmos de corpo e alma
a tal emoção desenfreada
que nos tira do sério e nos torna quem somos...
dois seres em uma vibrante aventura
rumo ao amor maior...o amor em nós mesmos.
Rosane Silveira
Acabou
e nosso amor foi indo,
e ficando apenas nós e os risos amarelos
as frases inteiras foram dando lugares
as meias palavras, foi
meio que desaparecendo os desejos,
as vontades, os pormenores,
as vozes...sumindo...
indo...
consegues ver luz..onde só sombras estão hospedadas
e fazem morada..
só silêncio, um eco silencioso
quase um grito no silêncio de nossas palavras
porém um risco de voz...ainda teima..
repercute...sonolento...inaudível...
acabou.
Rosane Silveira
Poema contente
Hoje farei diferente,
farei um poema contente
rirei com as palavras
e falarei de amor a toda gente
Hoje farei diferente
chorarei de rir
e vou deixar o vento me levar
sem querer saber onde ir
Hoje farei diferente
silenciarei diante do meu amor
deixarei que meus olhos falem
e sequer falarei de dor
Hoje farei diferente
mas um diferente igual a toda gente
farei um poema que fale em quase rimas
ou que se cale deixando o coração falar o que sente
E, depois de fazer feliz um poema contente
direi a ti meu querido, o que todo mundo sabe
mas nem todo mundo sente
é o teu amor por mim é que me faz contente.
ROSANE SILVEIRA
Poema Irracional
Se já não bastasse a incansável busca
em mim em compor um poema em letras pequenas
com rimas trovas e versos,
ainda tem em mim um coração machucado
dores por todos os lados
tento compor versos felizes
deixo rastros de um amor mal resolvido
querências sem fim
sem mim e desprovida de ti
falo-te quase num sussurro nessas letras minhas
do amor que te tenho e do sonho que acabou
quase não agüento o tormento
e o silêncio que a solidão traz
nada, nada digo
nada te peço
apenas que deixe que minha alma
leve palavras que parecem absurdamente
desproporcional nesse poema irracional.
Rosane Silveira
Por ainda dizer-te amor
Preciso falar-te do meu amor
daquelas vezes em que tu estavas tristes
e eu te consolei dando-te o bálsamo
pras tuas dores
Preciso falar-te do meu amor
daqueles momentos em que
tu te aconchegavas a mim em oração
e lágrimas brotaram dos olhos teus
Preciso falar-te do meu amor
das muitas vezes em que você sorriu
ao ver o riso solto
do filho teu
Preciso falar-te do meu amor
de quando a um pedinte
destes o pão necessário
pra amenizar sua dor
Preciso falar-te do meu amor
daquele amor que tanto procuras
pelas ruas escuras
e estais ai dentro de ti
Preciso falar-te do meu amor
amor que te move e que
move o mundo em que vives
o meu amor por ti, filho amado.
Rosane Silveira
A tristeza dos olhos teus
Sinto em mim a tua dor
triste lamento de um sofredor
aquieta-te nesse momento
de desalento
Vivifica em ti o amor
consolo do firmamento
sente sobre ti os olhos
do Mestre amado
Faça uma prece ao bem aventurado
diga-lhe o que te aflige ou fique calado
todo amor será sobre ti
derramado
e por fim, aquieta-te nos braços
de Deus esperando ser tão
somente abençoado.
Rosane Silveira
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Pra falar de amor
Pra falar de amor
Não precisa ser poeta
nem doutor
Pra falar de amor
Não precisa ter simetria
nem entender de rimas
Pra falar de amor
Basta falar com a alma
Encantar-se com o canto do pássaro
Com a primavera em flor
Pra falar de amor
Basta olhar o outono em festa
Não olhar pela fresta da vida
E sim escancarar a porta da alma
Pra falar de amor
Basta encostar o ouvido no seio da terra
E ouvir seu clamor
Pra falar de amor...
Rosane Silveira
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