sábado, 27 de fevereiro de 2010


Lançando no Abismo

Há no ar
Um quê de solidão
Uma inexplicável ausência de mim
de ti
do mundo
Um quê de dor latente que corrói a alma
como o zinabre corrói o cobre
Julgo-me impotente diante da vida
carente, ausente e desprovida
de sentimentos nobres
tenho medo
dor
choro na alma
tenho sensações de abandono
de pressa
sentimentos misturados e conturbados
que me inibem e me levam ao abismo de mim
construindo muros altos quase intransponíveis
Faço meu forte, minha armadura, meu elmo
essa sou eu:
um precipício de mim
um abismo ambíguo e solitário
onde a solidão se alia a mim e me joga
no abismo do mundo.

Rosane Silveira
(proteja os direitos autorais)

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