quarta-feira, 24 de março de 2010
Perdas e tristezas
Perdas e tristezas
Estou deixando a tristeza me dominar
estou deixando as lágrimas me vencer
não estou conseguindo me levantar
sinto que vou esmorecer
as forças que tinha se foram
hoje nem sei de todos meus amores
sonhos ficaram lá trás
hoje nem me lembro mais
nem de ilusões hoje vivo
a realidade cruel se faz presente
então apenas sobrevivo
de sentimentos tardios
e mares bravios
tudo acontecendo
vida se rompendo
e eu me perdendo
de mim...
Rosane Silveira
Reinante
Reinante
E eu que pensei que
bastasse sentir amor
pra se sentir plena
reinante absoluta de minha paz
quão tola sou
ai que começa os problemas
as confusões e as dores
amar é complicado
martiriza a alma e aniquila
com o ser
pensamentos ficam tumultuados
e coração aos frangalhos
quando não se é correspondido
então - sobra solidão
sobra noites mal dormidas
manhãs sem sol e toda
uma tristeza que te acompanha
por todo o dia...
Hoje sou reinante absoluta
de meus questionamentos
de minha alma conturbada
preciso me reestruturar
me refazer me levantar
pra voltar.
Rosane Silveira
Desgoverna-me
Desgoverna-me
Desgoverna-me inteira
bambeia minhas pernas
com teus carinhos loucos
encosta tua boca em mim
me deixando assim
meio zonza
desgoverna-me inteira
com tua voz me pedindo mais
com teus olhos me fitando
enquanto me dispo pra ti
e te faço pleno, homem-amante
desgoverna-me indecentemente
e vorazmente enquanto me sugas
a boca e me morde o lábio
desgoverna-me constantemente
nesse desejo louco que envolve
a gente sempre que cruzamos
nosso olhar
desgoverna-me doce amante
que me espreita no canto da vida
no canto da rua, no canto da minha
sina de amar-te e desejar-te
desgoverna-me homem indecente
envolvente e quente que vem sobre
mim me deixando assim,
indecentemente tua, indecentemente
nua...
desgoverna-me...
Rosane Silveira
Fiz-te um poema triste
Fiz-te um poema triste
Fiz-te um poema essa noite
era um poema triste
que falava da solidão
e abandono
Fiz-te um poema triste essa noite
e na tristeza do poema estava
a desolação de me sentir perdida
longe de ti
Fiz-te um poema triste essa noite
com cara de poesia porém a tristeza
era visível nos olhos do poema
Fiz-te um poema triste essa noite
e nele deixei derramada toda dor
de te perder em meios aos versos
de um poema triste.
Rosane Silveira
A ironia da despedida
terça-feira, 23 de março de 2010
Noites de outono
Orvalhos caem pelas pétalas das flores
nas noites frias de outono
um tom bucólico , dá beleza a noite
que sem ti se vai
calma e branda noite de amor
ao som das folhas caindo e dos vaga-lumes
que com um toque clareia
as folhas das flores que ainda restam
bendito seja o amor da noite outonal
que vivifica tudo a sua volta
dando luz, calor e cor ao mundo
antes triste, opaco e sem vida.
doce amor de outono
que não seja uma quimera
o amor que hoje vive
depois de tanta espera.
Rosane Silveira
Aconchego
Aconchegue-me junto a ti
minha alma cansada de vagar
por um mundo de ilusões
onde os amores são vãos
aconchegue-me junto a ti
e me fale de coisas boas
da alegria de dançar na chuva
de um lindo por do sol
aconchegue-me junto a ti
e fale manso ao meu ouvido
palavras de amor vindo
do teu coração
aconchegue-me junto a ti
e deixe teu corpo pousar
ao meu lado num abraço
terno depois do amor feito
aconchegue-me junto a ti
nesse encontro único, sereno
pleno de sentimento onde
o amor maior é o fundamento.
aconchegue-te a mim e fique
por pouco ou muito tempo...
mas só te peço aconchegue-te
agora, vem de pressa sem demora.
Rosane Silveira
Auto-crítica
Quanto mais me conheço
menos me entendo
vislumbro incertezas dentro
do túnel de mim
aniquilo vez por outra com meus sonhos
sou assim...
minha irmã a auto-crítica
me acompanha todos os dias
minha amiga inseparável que se torna
vez ou outra minha pior inimiga
faço dela meu ponto de sensatez
me esquivo de vez em quando
mas sempre volto pro meu abandono
de ver no espelho a auto-crítica me apontando.
Rosane Silveira
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