terça-feira, 14 de julho de 2009


Dor


Se eu fosse derramar no papel
toda dor sangrenta que aflige minh'alma
deixaria aqui todas as minhas lágrimas
todos os meus sentimentos
todas as minhas sensações e emoções
e tudo o que sou
sairia daqui como um ser inerte
como uma casca,
como um nada
viveria por ai comendo
como louca o pó da estrada
sairia em desparada em busca de
algo que nem sei o quê
ficaria alucinada
flertaria com os manequins
falaria de amor aos postes enamorada
ah meu querido se te falasse
da dor que ora me aflige
seria como se tivesse sendo
açoitada pelo pior algoz
deixaria até me matar
se fosse pra estancar de mim
esse martírio de sentir-me assim
me refiz muitas vezes...
tentei reerguer meu corpo padecido
mas sucumbi-me tantas outras...
sinto-me cansada, tal como flor
despedaçada
e hoje derramo aqui o resto de mim
ficando em mim...o nada.

Rosane Silveira
(proteja os direitos da autora)

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